Hoje, às 19h30, a comunidade de Mãe Luiza celebrará com uma missa na Capela de Nossa Senhora da Conceição os 4 anos de falecimento do saudoso Padre Sabino Gentili. Todos que fizeram parte de sua caminhada estão convidados para esse momento de fé e homenagem.
O destino do Padre italiano que dedicou sua vida ao povo
ResponderExcluir--- Walter Medeiros
A Mão de Deus tem poder,
Ninguém queira duvidar,
Nunca precisa provar,
Pois qualquer um pode ver.
Agora eu vou narrar
Coisa de admirar;
É verdade, pode crer.
Em um momento divino,
Do século que passou,
A humanidade ganhou
Em Toro um belo menino.
Que vigário se tornou
Um cristão cheio de amor
Cumprindo honroso destino.
Ele tinha uma missão,
E da Itália partiu;
Mudou-se para o Brasil
Para fazer pregação.
Muita gente ele uniu,
A todo povo serviu
Com muita dedicação.
Era um homem admirável,
Que se doava inteiro;
Não fazia por dinheiro,
Socorria o miserável;
Mulher, homem, escoteiro,
Natalense ou estrangeiro
Ele sempre amparava.
Viveu uma bela vida,
De luta e dignidade;
Amado em toda a cidade
Estava sempre na lida.
Defendeu a liberdade,
Fazendo a caridade
Em nossa Nação sofrida.
Tinha o mais alto astral,
Estava sempre de bem;
Nunca fez qualquer desdém
Na Itália ou em Natal.
Quando dizia amém,
Todos sentiam além
Do que seria normal.
Sempre clamou por justiça,
Em muitas ocasiões;
Criticava os vilões
Nas conversas e na Missa.
Mostrava as emoções
Durante os seus sermões;
Era um homem sem preguiça.
Na sua comunidade
Tratava todos igual;
Combatia todo mal,
Primava pela verdade.
Nunca quis ser maioral;
Mostrava seu natural,
Mas era celebridade.
Mãe Luiza, sua Igreja,
Chora pela sua ida;
Comunidade sofrida,
Mas a ninguém apedreja,
Mudou muito a sua vida
Com pessoa tão querida
Onde quer que agora esteja.
Vigilante, sapateiro,
Encanador, jornalista,
Empregado ou bolsista,
Professor, juiz, padeiro,
Choram de doer a vista,
Não esconde nem despista
A morte do companheiro.
Como fez o seu pastor
Na Galiléia, em andanças,
Ela amou as crianças
E aos idosos honrou;
Não fez a maior bonança,
Mas uma grande esperança
No mundo ele plantou.
No Espaço Solidário
Que criou em Mãe Luiza
Sempre passará a brisa
Para os seus legatários;
Ali ele se eterniza,
Pois vestia a camisa
De feitos igualitários.
A síntese de uma vida
De glória com seus irmãos
Veio pelas suas mãos
E precisa ser cumprida.
Agora os guardiões
Levarão suas lições
Com emoção bem sentida.
Em busca da segurança
Ele foi ao seminário
E desfiou um rosário
Mostrando a liderança;
Um completo inventário
Mostrou para um diário
Para o bem das crianças.
Prá escola funcionar,
Prá ter policiamento,
Dizia seu pensamento:
Tinham que participar
Bodegueiro e sargento,
Todo mundo a contento
Tinha que colaborar.
Criticava quem vendia
Cachaça para criança,
Defendia uma aliança
Que já se fortalecia;
Pela arte, pela dança,
Por gestos de confiança
Trabalhava todo dia.
O amigo viajou
E nunca mais vai voltar;
Têm de se conformar
E fazer grande louvor.
Sempre irão lhe amar
E lá onde ele está
Será novo protetor.
Existe uma certeza
Nesse momento de dor.
Coisa que ele falou
Tinha uma grande tristeza:
Pelo que presenciou
No bairro que tanto amou
Que atendia com presteza.
Lamentava a violência,
Mesmo assim aconselhava
Para quem lhe perguntava
Com a sua consciência.
A quem reivindicava
Sua razão não tirava
Mas pedia paciência.
Sua fala era uma arte
Naquele som estrangeiro
Era como um brasileiro
Levando um estandarte
Dizia como um roteiro
Que para cobrar, primeiro
Fizessem a sua parte.
Ele sempre viverá
Na memória de Natal
A TV, rádio e jornal
Nunca se esquecerá
Deste dia tão fatal
Triste, fora do normal,
Para lhe homenagear.
FIM