quinta-feira, 8 de julho de 2010

4 anos sem Sabino Gentili

Hoje, às 19h30, a comunidade de Mãe Luiza celebrará com uma missa na Capela de Nossa Senhora da Conceição os 4 anos de falecimento do saudoso Padre Sabino Gentili. Todos que fizeram parte de sua caminhada estão convidados para esse momento de fé e homenagem.

Um comentário:

  1. O destino do Padre italiano que dedicou sua vida ao povo

    --- Walter Medeiros

    A Mão de Deus tem poder,
    Ninguém queira duvidar,
    Nunca precisa provar,
    Pois qualquer um pode ver.
    Agora eu vou narrar
    Coisa de admirar;
    É verdade, pode crer.

    Em um momento divino,
    Do século que passou,
    A humanidade ganhou
    Em Toro um belo menino.
    Que vigário se tornou
    Um cristão cheio de amor
    Cumprindo honroso destino.

    Ele tinha uma missão,
    E da Itália partiu;
    Mudou-se para o Brasil
    Para fazer pregação.
    Muita gente ele uniu,
    A todo povo serviu
    Com muita dedicação.

    Era um homem admirável,
    Que se doava inteiro;
    Não fazia por dinheiro,
    Socorria o miserável;
    Mulher, homem, escoteiro,
    Natalense ou estrangeiro
    Ele sempre amparava.

    Viveu uma bela vida,
    De luta e dignidade;
    Amado em toda a cidade
    Estava sempre na lida.
    Defendeu a liberdade,
    Fazendo a caridade
    Em nossa Nação sofrida.

    Tinha o mais alto astral,
    Estava sempre de bem;
    Nunca fez qualquer desdém
    Na Itália ou em Natal.
    Quando dizia amém,
    Todos sentiam além
    Do que seria normal.

    Sempre clamou por justiça,
    Em muitas ocasiões;
    Criticava os vilões
    Nas conversas e na Missa.
    Mostrava as emoções
    Durante os seus sermões;
    Era um homem sem preguiça.

    Na sua comunidade
    Tratava todos igual;
    Combatia todo mal,
    Primava pela verdade.
    Nunca quis ser maioral;
    Mostrava seu natural,
    Mas era celebridade.

    Mãe Luiza, sua Igreja,
    Chora pela sua ida;
    Comunidade sofrida,
    Mas a ninguém apedreja,
    Mudou muito a sua vida
    Com pessoa tão querida
    Onde quer que agora esteja.

    Vigilante, sapateiro,
    Encanador, jornalista,
    Empregado ou bolsista,
    Professor, juiz, padeiro,
    Choram de doer a vista,
    Não esconde nem despista
    A morte do companheiro.

    Como fez o seu pastor
    Na Galiléia, em andanças,
    Ela amou as crianças
    E aos idosos honrou;
    Não fez a maior bonança,
    Mas uma grande esperança
    No mundo ele plantou.

    No Espaço Solidário
    Que criou em Mãe Luiza
    Sempre passará a brisa
    Para os seus legatários;
    Ali ele se eterniza,
    Pois vestia a camisa
    De feitos igualitários.

    A síntese de uma vida
    De glória com seus irmãos
    Veio pelas suas mãos
    E precisa ser cumprida.
    Agora os guardiões
    Levarão suas lições
    Com emoção bem sentida.

    Em busca da segurança
    Ele foi ao seminário
    E desfiou um rosário
    Mostrando a liderança;
    Um completo inventário
    Mostrou para um diário
    Para o bem das crianças.

    Prá escola funcionar,
    Prá ter policiamento,
    Dizia seu pensamento:
    Tinham que participar
    Bodegueiro e sargento,
    Todo mundo a contento
    Tinha que colaborar.

    Criticava quem vendia
    Cachaça para criança,
    Defendia uma aliança
    Que já se fortalecia;
    Pela arte, pela dança,
    Por gestos de confiança
    Trabalhava todo dia.

    O amigo viajou
    E nunca mais vai voltar;
    Têm de se conformar
    E fazer grande louvor.
    Sempre irão lhe amar
    E lá onde ele está
    Será novo protetor.

    Existe uma certeza
    Nesse momento de dor.
    Coisa que ele falou
    Tinha uma grande tristeza:
    Pelo que presenciou
    No bairro que tanto amou
    Que atendia com presteza.

    Lamentava a violência,
    Mesmo assim aconselhava
    Para quem lhe perguntava
    Com a sua consciência.
    A quem reivindicava
    Sua razão não tirava
    Mas pedia paciência.

    Sua fala era uma arte
    Naquele som estrangeiro
    Era como um brasileiro
    Levando um estandarte
    Dizia como um roteiro
    Que para cobrar, primeiro
    Fizessem a sua parte.

    Ele sempre viverá
    Na memória de Natal
    A TV, rádio e jornal
    Nunca se esquecerá
    Deste dia tão fatal
    Triste, fora do normal,
    Para lhe homenagear.

    FIM

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