Ion de Andrade
O ano de 2016 se foi. Um ano difícil para o Brasil,
do qual não nos esqueceremos tão cedo. O ano será lembrado pela derrubada da
presidenta eleita, Dilma Rousseff. Será lembrado pela aprovação de uma
Proposta de Emenda Constitucional que congelará por vinte anos os gastos da
saúde e da educação. Terá sido o ano também em que a proposta de mudança na
Previdência vai adiar a aposentadoria de milhões de brasileiros, fazendo com
que muitos só possam recebê-la completa com mais de 70 anos. Finalmente 2016
será lembrado como o ano em que o salário mínimo terá deixado de crescer acima
da inflação, pois os reajustes a partir de agora e por vinte anos, apenas
seguirão a inflação, o que significa que estará congelado.
O atual governo, sem qualquer cerimônia, e sem ter
apresentado esse programa ao povo, nas urnas, está passando a fatura do custo
da crise do Brasil inteiramente para os mais pobres e para os assalariados. Os
mais ricos, que detém mais da metade da renda nacional e pagam menos impostos
que os assalariados, pois recebem lucros, que não são taxados na mesma
proporção, vão ficar protegidos, poupados do que vai se abater sobre os mais
pobres.
Porém a comunidade de Mãe Luiza no ano de 2016 teve
alguns avanços, como o início das aulas de música para a criação da Filarmônica
do bairro. Recebemos a filarmônica de Cruzeta, (que é a mãe da nossa) num lindo
evento no Ginásio Arena do Morro. Também devemos salientar que a curva
declinante da violência continuou em 2016, após o declínio de 2015. Voltamos a
ter no bairro eventos abertos, samba, jantar de confraternização da Padroeira
Nossa Senhora da Conceição, dentre outros, sem a necessidade da presença do
policiamento!
Quem diria que chegaríamos a isso? E chegamos.
Toda a comunidade está de parabéns, pois essa é uma
conquista de todos. Como integrante do Centro Sócio-pastoral Nossa Senhora da
Conceição, vejo essa vitória coletiva com a satisfação de ver frutos de um
longo trabalho. E de ver também que há, como na música, projeto que vem sendo
dinamizado com muito carinho pelo padre Robério, novos frutos que colheremos em
alguns meses e que ficarão cada vez mais doces ao longo do tempo, quando essa
criançada for crescendo e se aperfeiçoando na música.
Porém antes que o ano se encerre temos uma luta:
garantir o uso público do platô da ZPA 10 para ali fazermos um belo parque
municipal, dedicado aos idosos e dotado de áreas para a prática de atletismo,
um fantástico complemento para o ginásio. Claro que o proprietário atual deve ser
indenizado, pois o propósito não é prejudicá-lo, mas beneficiar o bairro e a
cidade.
Um Feliz Natal a todos. E que a bela história daquele
menino pobre que nasceu numa manjedoura não seja apenas uma vaga imagem, mas um
norte para o que devemos fazer de nossas vidas!
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